Biografia

Sr. Carlos Agostinho e Maria do Socorro
Presidente e Vice Presidente TML
O Grupo Cultural Recreativo e Desportivo Tata Mai Lau Timor, nasceu em 1984 em Portugal, cidade de Setubal por Sr. Carlos da Graça Agostinho e Maria do Socorro Pereira da Silva Agostinho juntamente com a comunidade Timorense em Setubal.

O nome  do grupo representa o Monte Ramelau em Timor ou em tetun foho Tata Mai Lau, a montanha mais alta do Pais com 2963 metros de altitude localizada aproximadamente a 120km a sul da capital de Dili. Tata Mai Lau significa "Avo" no dialeto Mambai. Segundo a crença local, quando uma pessoa nativa dessa região morre, seu espírito vai para o alto do Tatamailau. Durante o período colonial era a mais alta montanha de Portugal, e hoje o Tatamailau é o ponto mais alto de todas as ex-colônias portuguesas.

"As ideias nascem pequenas como luzes minúsculas na noite, ou como estrelas na noite cerrada, que simbolizam a esperança e a crença por um dia de Paz!Elas induzem um destino, com harmonia, sabedoria e desejo. Quando uma ideia cresce, o pensamento ilumina o nosso ser e com ela a obra se multiplica. Foi sempre esta a lógica e a aspiração do Grupo.

Em 1984 em Portugal Carlos Agostinho e sua esposa Maria do Socorro juntaram a comunidade de Setubal a fim de discutir soluções e divulgar a situação do Pais à comunidade internacional para que o Mundo pudesse ter conhecimento da realidade de Timor que era contraria à imagem passada pelos invasores. A necessidade de divulgar e apresentar Timor ao mundo tornou-se uma prioridade.

Atraves da a cultura e tradição timorense, mensagens de apelo ao mundo foram passadas, mensagens de que Timor existe e que os Direitos Humanos jamais existiram desde a invasão da Indonésia em 1975. As inumeras actuações do grupo dentro e fora de Portugal, assim como , Luxemburgo, Suiça  Holanda, Franca, Itália, Estados Unidos da América  Noruega, etc. Mesmo longe do Pais o grupo afirmou-se e contribuiu para a luta e Libertação,  Direitos Humanos e Paz em Timor.

Tata Mai Lau foi um dos Grupos da Cultura Timorense mais conhecido e chamado para representar a Cultura e a Causa de Timor a nivel Internacional pela sua classe, imagem e devoção. O reconhecimento e o esforço do Grupo pela causa de Timor foi seguido pelo Comite Nobel da Paz em Noruega tendo sido convidado para actuar na entrega do Premio Nobel da Paz aos Laureado Bispo D. Ximenes Belo e Dtr. Ramos Horta a 10 de Dezembro de 1996 em Oslo.

A oportunidade de contribuir e participar num evento significativo e decisivo para a Libertação de Timor na cerimónia da entrega do Prémio Nobel da Paz a 10 de Dezembro de 1996 em Oslo/Noruega a José Ramos Horta e ao Bispo Dom Ximenes Belo, foi registada como mais uma missão cumprida, "sentimos que de facto todos juntos conseguimos reunir e fazer chegar a mensagem da Causa Timorense ao mundo e com isso mover ondas de solidariedade!

A União faz a Força, Resistir é Vencer, Patria ou Morte!

Timor Livre e Independente!




Elemento do Grupo Tata Mai Lau
Oxford, 02 de Junho de 2013

OVAR COM TIMOR - Fórum Cívico de Ovar [Parte 1]

Ovar, 26 de Maio de 2009
Joaquim Castro
Redacção Ovar Novos Rumos
(joaquimdecastro@gmail.com)

PARA QUE O POVO DE OVAR RECORDE ESTA LUTA QUE FOI GANHA 

Em Novembro de 1991, dias depois do massacre do Cemitério de Santa Cruz, em Díli, no qual muitas dezenas de timorenses foram mortos pelas balas das tropas ocupantes da Indonésia, um grupo de cidadãos do concelho de Ovar agiu com determinação. Este grupo, após reunião na sala de conferências da Residencial S. Cristóvão, em Ovar, decidiu avançar com a criação do Fórum Cívico de Ovar “Por Timor”.

A Câmara Municipal, presidida por José Guedes da Costa, as Juntas de Freguesia, os artistas vareiros, as empresas, escolas e colectividades do concelho, a Paróquia de Ovar e muita gente anónima juntaram-se ao Fórum Cívico, todos “Por Timor”. Durante meses a fio, esse grande movimento desenvolveu dezenas de iniciativas, sob o lema “TIMOR: TÃO LONGE E TÃO PERTO!”, tanto a nível nacional, como a nível internacional, denunciando os crimes praticados pelo governo Indonésio e apoiando as acções da Resistência Timorense. 

No dia 21 de Novembro de 1992, o Fórum Cívico de Ovar, após difíceis negociações, consegue juntar à mesma mesa, pela primeira vez, vários líderes timorenses, com destaque para José Ramos-Horta, Paulo Pires, Zacarias Costa e Vicente Guterres. Tendo como pano de fundo a prisão, dias antes, de Xanana Gusmão pelos indonésios, o salão nobre da Câmara Municipal de Ovar foi o palco desse grande acontecimento político, acompanhado por um numeroso grupo de jornalistas, em representação de jornais, rádios e televisões.

Ao meio-dia de 12 de Dezembro de 1996, Carlos Filipe Ximenes Belo, bispo de Díli, e José Ramos-Horta, vice-presidente da Resistência Timorense, entravam solenemente no Salão Nobre da Câmara Municipal de Oslo, para receberem o Prémio Nobel da Paz de 1996, numa cerimónia cheia de pompa e circunstância. 

Quando, na cerimónia, surgiu na televisão o grupo de danças e cantares timorenses “Tata-Mai-Lau” a entoar as suas canções, foi possível vislumbrar nas violas do grupo dois autocolantes. Dois símbolos da nossa solidariedade, dois autocolantes onde estava escrito: “POR TIMOR – FÓRUM CÍVICO DE OVAR”. Entre estas duas pequenas frases, o mapa de Timor e uma cruz a jorrar sangue.

Aqueles símbolos da indignação dos ovarenses foram entregues ao grupo “Tata-Mai-Lau” quando actuou no nosso concelho, em 14 e 15 de Agosto de 1993: em Esmoriz, na Igreja Matriz de Ovar, durante a Missa, e no Furadouro. Todo aquele acto, a entrega do Prémio Nobel da Paz, simbolizava uma mudança histórica, na forma como a comunidade internacional, passava a olhar para a situação de Timor-Leste.
 
Grupo Tata-Mai-Lau na rua de Timor Durante a Missa na Igreja Matriz (Ovar) O Símbolo da luta que correu Mundo

O grupo do Fórum Cívico de Ovar que trabalhou em defesa do povo de Timor

Com o receio de esquecer alguém, lembramos os nomes daqueles que, integrando o Fórum Cívico de Ovar, lideraram as acções a favor de Timor-Leste: Álvaro Teixeira, Joaquim Castro, Aníbal Gouveia, Vítor Ferreira, padre Pires Bastos, Domingos Silva, Silvério Araújo, Ângelo Ferreira, Pedro Oliveira, José Fragateiro, Manuel Barbosa, Oliveira Santos, José Américo, Esmeralda Souto e Ângela Castro.


TML/Fim